"Ora, todo o povo presenciava os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte a fumegar; e o povo, vendo isso, estremeceu e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: Fala-nos tu mesmo, e ouviremos; mas não fale Deus conosco, para que não morramos..." (Êxodo, 20:18-19)
A Glória de Yahweh havia descido sobre o cume do monte Sinai e a manifestação ocular da Presença divina era vislumbrada por toda a congregação dos filhos de Israel, quando da ocasião da entrega da Sua Lei. O PAVOR tomou conta da multidão e tinham até medo de MORRER à simples exposição ao som da Voz do Eterno, pois era como se o fenômeno do estrondo daquela Voz chegasse a cada um deles de maneira ameaçadora e inexplicavelmente particular. E tão TERRÍVEL era aquilo que o próprio Moisés, o qual prefigurava o Mediador messiânico que havia de vir, estava também completamente ATERRORIZADO.
"E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo aterrorizado e trêmulo."(Hebreus, 12:21)
Esse incidente registrado nas Sagradas Escrituras nos revela um importantíssimo ensino sobre a Pessoa de Deus e sobre a atitude correta que devemos ter quando nos achegamos à Sua gloriosa Presença afim de adorá-lO e cultuá-lO. Moisés disse ao filhos de Israel que o motivo daquela ASSOMBROSA manifestação de Deus era justamente para que o povo pudesse ter uma perspectiva correta a Seu respeito, quando se achegasse a Ele em Sua Presença. Então eles lhe pediram que fosse o seu MEDIADOR, pois o TERROR da manifestação daquela PODEROSA e 'Santa Presença' lhes convencia de que, como pecadores, não poderiam subsistir sem um 'INTERCESSOR' que tivesse acesso àquele FOGO CONSUMIDOR.
"Respondeu Moisés ao povo: Não temais, porque Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis."(Êxodo, 20:20)
Isso é algo tão importante e mais que isso, é algo essencialmente vital à prática da verdadeira 'religião'. Talvez seja por isso que a noção intuitiva da Presença manifesta de Deus tenha sido praticamente extinta de nosso meio em nossas reuniões. O solene senso de TEMOR REVERENTE e de expectativa quanto ao que Deus falará por meio de um pregador consagrado, está praticamente ausente de nossas congreções e é justamente por isso que, para o mundo, não há nada de excepcional em nossos cultos. Nada que se lhes apresente o caráter sobrenatural da verdadeira Fé e que nada tem a ver com o fanatismo eufórico neo-evangélico, mas sim com a respeitosa e impactante expressão do cristianismo autêntico que se fez notar em todas as épocas em que a Santidade de Deus foi enaltecida, reverenciada e TEMIDA. Quando o fulgor da Santidade de Deus é projetado na Igreja o mundo enxerga a realidade do Evangelho da Graça.
"Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles quando rejeitaram o que sobre a terra os advertia, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que nos adverte lá dos céus; a voz do qual abalou então a terra; mas agora tem ele prometido, dizendo: Ainda uma vez hei de abalar não só a terra, mas também o céu."(Hebreus, 12:25-26)
Fonte: Ricardo Macieira