A Justiça de Deus Revelada no Evangelho

Publicado em 11/08/2017 às 09:42 Por Ricardo Macieira Visto por 1241

"Porque no Evangelho é revelada, de fé em fé, a 'JUSTIÇA DE DEUS', como está escrito: Mas o justo viverá da Fé."(Romanos, 1:17)

Uma das grandes dificuldades para se entender o Evangelho de Cristo é justamente a incompreensão que geralmente se tem a respeito do significado da expressão 'JUSTIÇA DE DEUS'. Antes de ser convertido, Martinho Lutero era o monge mais esforçado do mosteiro e o seu comportamento exemplar excedia em muito aos dos outros monges, mas ele não tinha Paz no coração, porque muito embora fosse um erudito das Escrituras, ele não conseguia discernir que o termo JUSTIÇA DE DEUS, nesse contexto de exposição do Evangelho da Graça, não diz respeito ao aspecto PUNITIVO da Ira de Deus, muito embora tenha relação com esta, mas se refere à FORMA COMO DEUS ACEITA O PECADOR PELA FÉ EM CRISTO.

Isso é o CERNE do Evangelho e quando Lutero, que tentava desesperadamente e em vão, conquistar a sua salvação através das suas "boas" obras, sim, quando seus olhos foram abertos para contemplar o real sentido dessa JUSTIÇA de Deus revelada no EVANGELHO, ele foi liberto das trevas da ignorância e da cegueira espiritual.

"Mas agora, sem lei, tem-se manifestado a JUSTIÇA DE DEUS, que é atestada pela lei e pelos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem; pois não há distinção."(Romanos, 3:21-22)

É nesse vital discernimento entre a Justiça Punitiva de Deus e a Sua Justiça Redentora que se encontra a chave para a libertação de muitos cativos. Essa Justiça Redentora de Deus é algo tão maravilhoso e libertador que um mero vislumbre de Sua Glória tem o potencial de transformar a vida de uma pessoa para sempre, mesmo daquelas que há muito tempo estão na igreja mas que ainda não se converteram de todo o coração.

A JUSTIÇA de Deus se revelou e se revela na Cruz de Cristo. Uma porta de Salvação foi aberta à humanidade pelo fato de Deus oferecer ao pecador a dádiva da reconciliação por meio do Sacrifício de Jesus o Justo, o Deus-homem que viveu uma vida de perfeita obediência a Deus, em cada ação, atitude e pensamento durante os trinta e três anos em que aqui viveu. Ele, sendo Deus e homem, foi capaz de trazer reconciliação entre Deus e os que crêem nessa maravilhosa Obra de Redenção que só foi possibilitada através da VIDA, MORTE E RESSURREIÇÃO do Filho de Deus.

Na Cruz do calvário, Jesus recebeu sobre Si a Justiça 'Punitiva' de Deus no lugar do Seu povo, enquanto que todo o crédito moral que Ele adquiriu vivendo na NATUREZA HUMANA e reconciliando com Deus um remanescente dessa mesma natureza pelo preço do Seu próprio Sangue, sim, esse crédito é legalmente depositado na conta do pecador arrependido, em um saldo infinito de Graça em favor dos que crêem.

"Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e ESMAGADO por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."(Isaías, 53:5)

Conversão é quando entendemos e confiamos plenamente que na Cruz, Deus efetuou uma transação penal em nosso favor, colocando todos os nossos pecados sobre Jesus no madeiro e castigando-O INTEGRALMENTE, tanto o Seu Corpo quanto a Sua Alma, por cada um dos nossos pecados e isso com TODA a Ira que a culpa de cada um deles nos faria sofrer no inferno por toda a eternidade. Em contrapartida, somos agraciados com TODAS as bênçãos resultantes tanto de Sua perfeição moral ratificada enquanto homem, como de Seu próprio valor divino, pois sendo Ele o próprio Deus é suficiente e infinitamente valioso para remir a todos quantos nEle creram e ainda vierem a crer. Deus seja louvado! Amém!

"Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!"(Romanos, 11:33)

Fonte: Ricardo Macieira