Acolhendo com apreço a palavra em vós implantada

Publicado em 01/12/2014 às 12:26 Por Pr. Sérgio Leite Visto por 915

Mateus 13.1-9; 18-23

É consenso, que dependendo do modo como encaramos as coisas, situações e pessoas, podemos transformar o natural e simples no mais perfeito e memorável momento em nossa vida. Como também, é possível dar outro sentido e valor ao que tem, tornando-o drástico e desprezível aos nossos olhos. Um bom exemplo do que penso pode ser visto no ato de hospedar alguém em nosso lar. Dependendo do modo como recebemos os convidados, marcamos de modo significativo ou desprezível sua passagem entre nós.
Diz o adágio popular que “a primeira impressão é a que fica”.

Na passagem, é comum logo nos voltarmos para o “semear” como sendo a primeira impressão proposta na Parábola. Todavia, antes de ingressar propriamente nela, gostaria que olhasse com atenção ao que antecede a própria Parábola.
“Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, sentou-se a beira mar”. (v.1)

Esta parábola do Senhor Jesus é compartilhada em dois outros evangelhos, Marcos e Lucas. Especificamente no Evangelho de Lucas, somos informados que o Senhor Jesus tinha um ministério tipicamente itinerante. Daí, a importância de atentarmos para o que Mateus registra como “saindo de casa”.

Você já pensou de que casa ele saia? Se a dele, ou se como sugestão bem poderia ser de uma das casas das mulheres que acompanhavam e serviam a Jesus e seus discípulos? O foco não é esse. Mas, veja a ênfase dada por Lucas 8.1-4 quando diz: “que andava Jesus de cidade a cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino”. Também é mencionado que “Algumas mulheres... e Joana, mulher do procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe davam assistência com seus bens”.

Vejamos alguns pensamentos que o texto nos sugere. Primeiro: DEVEMOS DAR IMPORTÂNCIA A PESSOA, PARA EM SEGUIDA DARMOS AS SUAS PALAVRAS. (v.2a “... e grandes multidões se reuniam perto dele”). Jesus falava diante de uma “grande multidão” após sair de uma casa e provavelmente já estar de viagem para outras aldeias e cidades, como Lucas destaca. Alguém teve a honra de hospedar a Jesus. E, quem seria o próximo?

Qual família o convidaria para passar aquela noite ou tomar a próxima refeição? Ou não é algo a se pensar?

Por certo, a lógica é achar que Jesus tinha uma fila de convites para passar a noite e tomar refeições, certo? Veja o que o próprio Jesus diz a respeito.

Lucas 9.58 Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. Nenhuma casa? Nenhum convite? Isso mesmo! Nenhum.

SEM RECEBER A PESSOA DE JESUS, NÃO SE RECEBE A SUA PALAVRA. Daí, podemos ingressar no desenrolar da Parábola do Semeador. (v.4 “... uma parte caiu a beira do caminho”). (v.5 “Outra parte caiu em solo rochoso”). (v.7 “Outra caiu entre os espinhos”). (v.8 “Outra em fim, caiu em boa terra”).   

A aplicação oferecida é: de cada quatro corações, um acolhe a pessoa e palavras de Jesus. Os demais até ouvem, estão bem diante dele, mas, não o convidam para hospedá-lo.
SEM RECEBER A JESUS, NÃO LHE DAMOS TEMPO PARA OUVI-LO. Jesus chama então, a atenção dos ouvintes, para o tipo de hóspede que ele quer ser em sua vida. (v.3 “Eis que o semeador saiu a semear”) Jesus não é do tipo de hóspede que dá trabalho, dá despesas ou que tira do tempo das pessoas. Na verdade, sua presença sempre acrescenta, nunca diminui. Quem já o hospeda em seu coração sabe disso.

As suspeitas ou recusas são preconceituosas e impróprias para o convidado ilustre que ele é. O próprio Senhor Jesus, denuncia a falta de acolhida a sua pessoa. (v.19 “A todos que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração”). As justificativas para a recusa são muitas e até criativas.                                                                                

Como: Não tenho tempo. Não tenho condições. Sinto não ser o momento agora etc.

SEM RECEBER A JESUS, TUDO NA VIDA RECEBE MAIS IMPORTÂNCIA DO QUE ELE.
Jesus é importante em sua vida? Pense bem! E se Ele te disser que não?
A forma como a Palavra figurada pela (semente) é acolhida nos corações, é a maior prova que Jesus não é tão importante quanto ouve ser.

Marcos 7.6 “Bem profetizou Isaías a respeito de vós... Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.

Na aplicação da Parábola, Jesus assevera a respeito da falta de prioridade que recebe na vida de muitos, o que se aplica no recebimento de sua palavra.

É como se ele disse-se:                                                                                                
(v.19) Vejam como sou tratado com desdém (periferia) “a beira do caminho”.                                                                  

(v.20s) Vejam como sou tratado a tempo e hora marcada. Basta um aperto e angústia, o que é muito comum, e logo sou descartado “solo rochoso”.                                                                       

(v.22) Vejam como por bem pouco sou trocado, ou melhor, vendido “cuidados do mundo e a fascinação das riquezas”! CREIO que você achou absurdo o fato de um dos seus discípulos Judas, ter traído a Jesus, vendendo-o por trinta moedas de prata, não? Sim! Mas, quantas e quantas vezes Jesus é “vendido” ou trocado por alguns reais a mais no salário? Quando ao invés de estar diante dele, em sua casa, adorando-o, você acha mais vantajoso à sua vida o faltar por “acrescentar” algo que lá na frente, nada acrescentará? Pense nisso.

Segundo: DÊ IMPORTÂNCIA AO QUE RECEBE, OFERECENDO FRUTOS. O Senhor Jesus nada pôde acrescentar aos três primeiros solos, porque não existia nada. Fico a imaginar o quão satisfatório seria lermos que nos quatro tipos de solos, os desafios foram superados e os frutos vieram por lutas e prova da superação pela fé.

COM O ENTENDIMENTO DO MODO COMO RECEBEMOS A JESUS, MUITOS FRUTOS DAREMOS. (v.9 “Quem tem ouvidos [para ouvir] ouça”). (v.23) Mesmo para aqueles que de modo satisfatório hospedam a Jesus em seus corações, fica a exortação dada pelo modo decrescente dos frutos serem oferecidos. Percebe-se como verdade que a tendência é a diminuição dos frutos. Por quê?   

Não seria talvez a força que está sobre os três primeiros somos tentando penetrar no quarto e último? Pense nisso.

A conclusão que o Senhor Jesus nos oferece é que sem o entendimento da Palavra (semente) todo o trabalho de Jesus (semeador) não é aproveitado na vida de todos que precisam.

Enquanto pessoas fecham suas vidas e lares para Jesus e a Sua palavra penetrar, deixando-o fora. Ele continua a bater.

Apocalipse 3.20 “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo”.

A presença de Jesus é abundantemente cheia de bênçãos. Enquanto fecham a porta para ele entrar, ele está oferecendo portas abertas.

João 14.2 “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar”. Jesus é um viajante que merece a nossa acolhida e a honra de fazer parte da nossa família e vida.


Fonte: Marconi Duarte