Gratidão: tempero do dever

Publicado em 08/01/2015 às 00:57 Por Pr. Almir Marcolino Visto por 851

Certas coisas ganham um sabor todo especial quando acompanhadas de outras. Exemplos: o pão fica mais saboroso com manteiga e café, a salada com azeite e a carne com um bom tempero. O mesmo fenômeno ocorre nos deveres para com Deus. Eles ficam mais agradáveis quando acompanhados de gratidão.

A Bíblia nos ensina a temperarmos todos os serviços que prestamos a Deus com gratidão. A manutenção da unidade entre os irmãos deve ser acompanhada com a gratidão. Somos exortados a deixar a paz de Cristo governar os nossos corações, pois fomos chamados para conviver nesta paz em um corpo. Para isto devemos ser agradecidos: Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos(Cl 3.15).

Uma atitude de gratidão ajuda a manter tanto a paz em nossos corações, como a paz nos relacionamentos do Corpo de Cristo. As queixas e murmurações, que são sinais de ingratidão,  tornam a convivência desagradável. 

O louvor a Deus deve ser acompanhado pela gratidão: cantando ao Senhor com graça nos vossos corações (Cl 3.16). Louvar a Deus é reconhecer quem Ele é, o que Ele tem feito e elogiá-lo. É impossível fazer isto sem gratidão, porque seria hipocrisia. Uma forma de expressar nossa gratidão é cantando.

Todas as nossas ações devem representar o Senhor Jesus, e todas elas devem ser feitas com gratidão: tudo o que fizer, em palavra ou ação, façam em nome de Jesus, agradecendo através Dele a Deus (Cl 3.17). Somos embaixadores de Jesus, trazemos sobre nós a Sua marca, o que falamos e fazemos aponta para Ele. A gratidão é uma maneira de mostrarmos o quanto confiamos nele, na Sua soberania, no Seu amor e sabedoria em cuidar de nós. Ela também sinaliza que somos felizes em sermos servos dele.

Nosso crescimento espiritual deve ser abundando em ações de graças (Cl 2.7). Crescer no relacionamento com Deus é conhecê-lo mais e melhor. E quanto mais conhecermos a Deus, mais maravilhados ficaremos com Ele e, consequentemente, mais gratos seremos. Não é possível crescer na fé com a ingratidão dominando o nosso coração.

Nossas orações devem ser regadas com ações de graças. A perseverança na oração deve ser seguida com a vigilância em ações de graças: Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. (Cl 4.2). Também em Filipenses 4.6 é dito que a cura para a ansiedade é a oração acompanhada de gratidão: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. A oração por todos os homens também deve ser feita com ações de graças: Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens. (1 Tm 2.1).

Por último, a recepção de todas as boas coisas da vida deve ter a companhia da gratidão: pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável (1 Tm 4.4). Sempre lembrando que tudo que temos de bom (alimento, companheirismo, etc.) chegam a nós como produto da graça de Deus. E a reação adequada diante de uma graça é a gratidão.

A gratidão é o acompanhamento indispensável dos deveres para com Deus. Sem gratidão, todos os deveres ficam sem graça e é impossível servir a Deus sem graça. A gratidão vai tornar o serviço a Deus uma obra de amor e alegria.

A gratidão é uma questão de atitude interior e não de circunstância. Veja o exemplo de David Rothenberg. Quando ele tinha seis anos, seu pai lhe deu um sonífero e depois derramou querosene sobre ele. Ele sofreu queimaduras de 3º grau em 90% do seu corpo. Alguns anos e 60 cirurgias depois, sabendo que faria outras, disse: estou vivo o que já é bom o suficiente.

Sempre há motivos para agradecer. Nosso coração sempre será uma festa, quando a gratidão for o tempero constante de nossa vida. 

A generosidade de Deus é tão grande, e nossa gratidão tão pequena.


Fonte: Marconi Duarte