Gratos sempre

Publicado em 15/01/2015 às 23:19 Por Pr. Almir Marcolino Visto por 1047

É comum manifestarmos nossa gratidão a Deus quando nossos anseios são alcançados. Quando nossos desejos são satisfeitos, reconhecemos a bondade de Deus e agradecemos por ela. Isto é bom, correto, apropriado e desejável. Seria pecaminoso se não nos comportássemos assim.
Ao agradecermos a Deus, estamos admitindo que nossas vitórias e conquistas não são nossas de fato, mas Dele. Rendendo ações de graças, publicamos que se não fosse por Ele, nossos sonhos não teriam se realizado, apesar de todo o nosso esforço e dedicação. Esses momentos de gratidão são alegres, festivos e até exultantes.

Mas, o que dizer de manifestar gratidão em momentos de sonhos despedaçados, alvos frustrados e conquistas ameaçadas? O que dizer de reconhecer a bondade de Deus quando a vitória não aconteceu, mas o insucesso apareceu?

Todos já percebemos que a vida não é apenas composta de momentos alegres. Há momentos desagradáveis, que podem até ser muitos. Em nossa vida recebemos o bem e também o mal (Jó 2.10). Nesses momentos também devemos manifestar gratidão. Devemos ser gratos a Deus em todos os momentos da vida porque esta é a vontade Dele para nossas vidas.

Saber e fazer a vontade de Deus deve ser o desejo de todo aquele que Nele crê. Costumamos enfatizar a busca da vontade de Deus nos grandes eventos da vida: a carreira a seguir, casamento, uma mudança de residência e noutros momentos julgados importantes. Mas há aspectos da vontade de Deus que já nos foram revelados, que nós devemos conhecer e praticar. E um deles é a nossa gratidão em todas as circunstâncias. Esta verdade é declarada de modo evidente em 1 Tessalonicenses 5.18 Em tudo sede agradecidos, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para vós.

Em Efésios 5.20 a mesma verdade é declarada “agradecendo sempre por tudo em nome do nosso Senhor Jesus Cristo a Deus e Pai.” A ênfase é forte: agradecendo sempre e por tudo. Em todos os momentos e por todas as situações devemos agradecer.

A palavra que o Novo Testamento usa para agradecer é “eucaristia”, que em nossa língua, além de outros significados também quer dizer “ato de dar graças”. Na língua original do NT ela tem a mesma raiz de palavras que expressam sentimento de alegria. Sendo composta de “graça” (charis), que expressa tudo aquilo pelo qual se deve alegrar (é interessante que dois versos antes, 1 Ts 5.16, Paulo nos diz alegrai-vos sempre), e do prefixo “eu”, que significa “bem”, “corretamente”, “apropriadamente”, “muito”. Agradecer ou dar graças é a atitude apropriada para quem recebeu uma graça e por isto está alegre. Gratidão é reação correta de quem se regozija porque foi agraciado. E é vontade de Deus que tenhamos esta atitude em todas as situações da vida.

Acreditamos que Deus está no controle de tudo, que nada ocorre sem sua permissão (Mt 10.29,30). Acreditamos também que Deus é sábio e não comente erros (Sl 139.1-6,16). Ainda acreditamos que Deus é amor e por isto faz tudo cooperar para o bem (Rm 8.28). Sendo assim nenhuma situação pode ser considerada ruim para o cristão. Aquilo que parece ser ruim faz parte de um plano maior que irá cooperar para nosso bem estar espiritual. Por isso devemos agradecer por tudo.

Mesmo as situações de sofrimento são manifestações da graça de Deus, e devem ser recebidas com alegria e gratidão (Tg 1.2-4; 1 Pd 4.12,13). Elas, além de produzir uma glória eterna, também redundam em benefícios para outros, que renderão graças a Deus ( 2 Co 4.8-17). Se acreditamos que “Deus é bom o tempo todo, e o tempo todo Deus é bom”, podemos ser gratos por tudo.

Ações de graças e demonstração de gratidão devem ser elementos básicos e duradouros na vida cristã. Vamos agradecer sempre e por tudo.


Fonte: Marconi Duarte