Um grupo de brasileiros voltava de um congresso nas Filipinas.
Após conexão no aeroporto de Narita, em Tóquio, foram encaminhados para um voo da Varig.
Quando os comissários receberam o grupo, na boa e sonora língua portuguesa, houve aplauso espontâneo: “Alguém que fala a nossa língua!”
Depois de dias no meio de idiomas diferentes, ouvir o português trouxe alívio. Longe da pátria,
fazem falta, além das pessoas, a comida, cheiros, sons e sotaques.
O autor da carta aos Hebreus fala dos heróis da fé, pessoas das quais o mundo não era digno.
Estavam longe da sua terra natal, mas seu objetivo não era voltar para ela. "Se quisessem, poderiam ter
voltado à terra de onde saíram, mas buscavam uma pátria superior, um lar celestial. Por isso Deus não se envergonha
de ser chamado o Deus deles, pois lhes preparou uma cidade.(Heb.11.15,16)
Enfrentavam as dificuldades terrenas, sabendo que seguiam na direção do lar celestial.
Morar em terra estranha exige adaptação. A saudade traz à lembrança que "nosso céu tem mais estrelas,
nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida, mais amores", como disse o poeta maranhense Gonçalves Dias.
É essa a sensação do cristão quando pensa no céu. Não como uma fuga, um devaneio, uma ilusão, mas como uma
certeza profunda que o anima a prosseguir nessa terra cheia de estranhezas.
Que a certeza do céu dê maior significado a cada minuto de nossa vida, nesta caminhada terrena.