Um casal missionário trabalhava em uma pequena cidade na região amazônica, onde eram precários
os recursos educacionais. Decidiram confiar seus dois filhos a uma família amiga, que morava em
cidade maior. A experiência não deu certo. Apesar do carinho com que foram acolhidas, as crianças
não se adaptaram. Choravam continuamente e não queriam se alimentar. Os pais foram chamados e
precisaram mudar o local de residência da família. Os filhos estavam adoecendo de saudade.
A saudade machuca. Dói. Deprime. Faz adoecer. A esposa, que perdeu o marido recentemente, chora a
sua ausência. Chora também a consciência de que a morte é irrevogável. A filha que nem mesmo pôde
se despedir da mãe, pelo protocolo da pandemia, sente falta das boas conversas, dos conselhos, da
companhia materna. E chora de saudade. O filho, que estava em país distante, só teve contato por
telefone com a mãe enferma, que faleceu naquele mesmo dia. O pastor perdeu um precioso companheiro
de trabalho e sente saudade do amigo e irmão.
O apóstolo Paulo fala de saudade nas cartas aos coríntios e aos filipenses. Muitos desses irmãos
ele não mais veria. Expressava, nas cartas, sua "afeição entranhável", profunda: "Deus sabe do meu
amor por vocês e da saudade que tenho de todos, com a mesma compaixão de Cristo Jesus." (Fil. 1.8)
A saudade das crianças da família missionária teve solução relativamente simples. Já as saudades
geradas pelo falecimento da pessoa amada são mais difíceis de lidar. É importante a opção pela vida,
pela motivação, pela alegria. Haja o que houver, sabemos que Deus está conosco, enxugando nossas
lágrimas e dando ânimo para continuar.
O salmista exclamou: "Minha saúde pode acabar e meu espírito fraquejar, mas Deus continua sendo a
força de meu coração; ele é minha possessão para sempre." (Salmos 73.26)
Vamos colocar toda a saudade, que está em nosso coração, no altar do Senhor.